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Ex-oficial do Exército Brasileiro; Graduado em Engenharia Elétrica/Eletrônica; Especialista (MBA-Latus Sensus) em Gestão da Segurança Empresarial. Atual Cordenador e Professor do Curso Superior de Graduação Tecnológica em Gestão da Segurança Privada das Faculdades de Integradas Ipiranga; Professsor do ITAM para o curso de Técnico em Segurança do Trabalho; Professor do INABRA para o curso Técnico em Eletrotécnica; Consultor Independente em Segurança Privada.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Parceria segurança pública e privada

Por Wilson Santoro*

Mais um exemplo de descaso das autoridades constituídas. No mesmo dia em que a Prefeitura de São Paulo, derruba uma das guaritas de segurança em uma das entradas do Residencial Parque dos Príncipes, a Polícia Militar registra dois assaltos a moradores do bairro. Um deles, com direito a cenas cinematográficas, com reféns, helicópteros, ROTA, deposição de armas, rendição dos malfeitores, câmeras de TV e tudo o que tem direito o noticiário policial.
Graças a Deus, nos dois casos não houve vítimas e os bandidos foram presos em virtude da parceria entre a vigilância privada e a segurança pública. Obviamente tudo isso poderia ter sido evitado, não fosse a posição arbitrária da Prefeitura paulistana, que mesmo sendo advertida que a guarita estava em área particular, e, evidentemente, não em espaço público, determinou a demolição.
O dever da segurança é do Estado, como garante a Constituição, mas com os altos índices de criminalidade registrados no País, a sensação de insegurança tem feito com que a população recorra à contratação de empresas especializadas em proteção. O trabalho conjunto entre a segurança privada e a pública, como acontece no Residencial Parque dos Príncipes, bairro da zona Oeste de SP, tem se mostrado eficaz para inibir a violência urbana. Em nosso caso, as guaritas de segurança monitoradas por vigilantes contratados dão apoio os moradores, sendo um ponto de socorro quando é necessário. Nelas, os vigilantes atendem as ocorrências internas e se comunicam com a Polícia Militar em situações como a desses assaltos. Tendo percebido um carro suspeito nas vizinhanças, nossos contratados entraram em contato com a PM e aí começou a ação policial.
Segundo levantamento feito pela Polícia Federal, no País há 450 mil vigilantes particulares. O número ultrapassa o contingente de policiais militares que é de 350 mil. Só a Grande São Paulo conta com 1.918 seguranças de rua. A sensação de insegurança, que atinge 9 entre 10 brasileiros de acordo com pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), tem levado estabelecimentos comerciais, residenciais, bancos, empresas a contratarem empresas de segurança privada, área que cresce 14% ao ano.
Recentemente, surgiu uma polêmica sobre o assunto. Enquanto o Delegado Geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro Lima defende que apenas o poder público não consegue resolver os problemas de segurança e, para isso cobra participação mais efetiva dos vigias de rua para conter assaltos a residências. O secretário da Segurança Pública de SP Antônio Ferreira Pinto não crê na parceria entre segurança pública e privada, alegando que esses profissionais não estão preparados.
Ninguém, em sã consciência, pode generalizar, negando a importância e a eficiência da segurança privada. O enorme contingente de vigilantes privados, perto de meio milhão, os gigantescos recursos financeiros e tecnológicos empregados, o treinamento nos transportes de valores, na escolta armada, na segurança pessoal e na vigilância privada não podem ser simplesmente negados, isto é negar a realidade que se mete pelos olhos adentro. A ausência da segurança privada pode agravar ainda mais a violência na sociedade. Mas a aproximação desta com a Polícia se torna extremamente útil para combater a criminalidade.
O papel dos vigilantes é realizar a segurança preventiva, ou seja, localizar pessoas com atitudes suspeitas e escoltar os moradores. Nos casos de assalto e roubo, são eles que reúnem o maior número de informações e acionam a polícia. A participação de todos é fundamental para diminuir a violência.
A segurança privada e as guaritas de proteção, mais o desempenho dos policiais, até o momento, têm gerado efeitos positivos. O Parque dos Príncipes é uma área atípica: é parecida com um condomínio, mas na realidade é um residencial aberto, por isso torna-se um local vulnerável. Mesmo assim, até a ação nefasta da Prefeitura, ocorrência de roubos e furtos era baixa, com índices parecidos aos condomínios fechados de Barueri e Santana do Parnaíba, por conta da vigilância preventiva.
É lógico que o dever da segurança pública é do Estado e só ele tem o poder de prisão. Mas a vigilância constante nas guaritas, a ronda, o patrulhamento preventivo são necessários para em casos de ocorrência avisar a polícia. Os vigilantes são essenciais para levantar dados sobre a criminalidade do local. Eles atuam como aliados na luta contra a violência e quem ganha com essa união é a população.
Por essa razão defendemos a manutenção de nossas guaritas de segurança e esperamos o bom senso das autoridades constituídas para que restituam nosso direito e o bem, que foi destruído pela Prefeitura. Nossas guaritas não impedem a passagem pública, nem o acesso nas vias públicas, muito ao contrário, ainda prestam serviços relevantes em prol da comunidade.

Wilson Santoro é morador do Residencial Parque dos Príncipes (Butantã, São Paulo) e ocupa o cargo de vice-presidente da Associação dos Proprietários do Residencial Parque dos Príncipes (APRPP) (www.parquedosprincipes.com.br). E-mail: linkparquedosprincipes@linkportal.com.br.

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